O processo foi protocolado na Câmara Municipal de Barra do Piraí nesta segunda-feira (18)

Faltando pouco mais de 10 dias para o mês de outubro, que é dedicado a saúde da mulher como um todo, o prefeito Mário Esteves (sem partido) de Barra do Piraí, sugeriu durante discurso em um evento oficial da prefeitura, ‘castrar’ mulheres para fazer controle de natalidade. 

Estarrecida com tamanha falta de respeito, principalmente com as mulheres mais vulneráveis, a vereadora Kátia Miki do Cidadania protocolou um pedido de impeachment do prefeito por quebra de  decoro.

“As palavras do prefeito agridem a dignidade porque desumaniza as mulheres”, destacou a vereadora. 

Para Kátia, o prefeito construiu todo um raciocínio, uma sequência de argumentos para dizer o que disse, não sendo apenas um ato falho. 

“As palavras e os argumentos são muito claros. Toda essa formulação não é algo que possa ter sido dito sem querer. Representa o que o chefe do executivo efetivamente pensa por mais

preconceituoso e discriminatório que seja. E falas e comportamentos como esse

não podem ser tolerados, sobretudo, quando emanadas por um agente público, no caso, o prefeito de uma cidade”.

O pedido de impeachment, após ser protocolado na Câmara, deverá ser lido na primeira sessão subsequente. Depois o processo segue para apreciação e votação dos vereadores.

“Sabemos que o prefeito tem a maioria dos vereadores na Casa, mas erros como esse não podem ficar ilesos. O prefeito quebrou o decoro, desrespeitou a população, principalmente, as mulheres e merece ser punido”, argumentou.

Conforme gravação em vídeo publicado nas redes sociais,  o prefeito afirmou em discurso durante solenidade, que é  preciso conter os gastos com creches.

Para Mario Esteves, a solução passaria por “castrar” mulheres da cidade e legislar sobre a quantidade de gestações permitidas, que seriam no máximo  duas, segundo o prefeito.

“Como mulher e vereadora desta cidade, irei buscar as punições cabíveis para o prefeito, que além de ferir a constituição Federal teve uma atitude sexista e misógina. A população feminina é de 52 porcento em Barra do Pirai, portanto somos maioria. Como podemos aceitar esse tipo de violência, principalmente de um agente público?”, ressaltou, Kátia Miki.